terça-feira, 10 de março de 2009

La tristesse durera toujours..

Dentro do carro, eu olhava pela janela e via as coisas lá fora correndo na velocidade da luz. O céu escuro revelava um lado sombrio que despejava o medo nas pessoas que passavam por ali, inocentes, procurando por uma coisinha brilhante, que estava coberta por nuvens pretas e monstruosas. As gotas de água começaram a cair, batendo na janela. Elas batiam de forma brusca, parecendo que iam quebrar tudo em que tocavam. O barulho do vento, que soprava lá fora, fazia eu me sentir pequena demais nesse mundo de tantas coisas monstruosas. Do lado de fora do carro, acontecia uma sinfonia, o som do vento, da chuva, os passos das pessoas apressadas para chegarem em um lugar seguro. Como eu estava pensando em fazer; achar um lugar seguro, me trancar para o mundo, para mim mesma. Tudo parecia grande demais naquele momento. Tudo naquele dia era assutador demais. As pessoas estavam com uma expressão indecifrável em seus rostos. Nenhum sorriso era lembrado, nenhum sorriso era mostrado. Elas corriam com seus guarda-chuvas abertos, tentando não se molharem. O céu parecia escurecer mais a cada minuto, coisa que, até aquele momento, eu achava impossível. Mais hoje descobri que nada na vida é impossível, afinal, eu tinha acabado de perder um dos meus melhores amigos. Me encolhi no banco de trás, colocando meus pés no estofado, abraçando minhas pernas e apoiando minha cabeça no joelho. Assisti, quieta, as gotas de chuva baterem com agressividade na janela. A risada dele ecoava na minha cabeça, fazendo meus olhos se embassarem por causa de duas pequenas lágrimas solitárias. Era assim que eu me sentia, solitária. A lágrima desceu pelo meu rosto num toque quase inpercepitível, deixando um rastro brilhoso, que mostrava minha angústia, meu sofrimento. Meu coração estava aos pedaços. Minha boca não se movia. Não tinha o que falar. O que eu estava sentindo nenhuma palavra explicaria, nenhuma palavra chegaria perto desse sentimento dentro de mim. Eu estava com medo. Com medo do que iria acontecer agora, medo do que seria de mim sem ele. Olhei novamente para o céu. Séra que ele está lá? Esse pensmento pousou em minha mente. Meu coração destruído começava a reagir a um sentimento. A saudade. Como eu sentia falta daquela risada que contagiava a todos que o rondavam. Sentia falta daquele olhar , um olhar que era expressivo demais, você podia conhecer sentimentos novos só de olhar profundamente em seus olhos escuros como carvão. Aqueles olhos que mostravam um homem meigo, mas, ao mesmo tempo, com uma determinação sem igual. Ele era batalhador, ninguém duvidava disso. Aquele abraço, que me acolhia quando eu precisava. Ele pegava na minha mão e dizia que tudo ia dar certo. Só era preciso isso, para surgir um sorriso em meu rosto. A chuva começou a parar. O céu parecia começar a abrir, e pequenos raios de sol saiam pela pequena brecha dada pelas nuvens, deixando o céu em um tom alaranjado. As portas do paraíso foram abertas. Um sorriso brotou em meu rosto automaticamente, após sentir um calafrio e uma sensação boa, uma sensação de proteção e de que tudo iria acabar bem. Ele estava ao meu lado, deduzi. Agora sei que ele vai estar ao meu lado sempre, como ele tinha prometido. Porque amizades verdadeiras e puras são eternas, e não importa se o corpo está morto, o espirito está vivo, está vivo dentro de mim! Amarei ele eternamente, e, enquanto eu viver, não esquecerei seu sorriso. Porque ele foi um amigo verdadeiro. Um amigo que não poderá ser substituido.


W.

Bruna Mello

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